sexta-feira, abril 03, 2009
apresentação de "Interlúdios da Certeza" de VFS, Lxª
quarta-feira, abril 01, 2009
Poema do Prof. Agostinho da Silva
Por causa do mundo curvo
eis aqui o que procuro
ter eu amor do passado
com a paixão do futuro
mas há remédio bem simples
para não ser inseguro
é amar vida sem tempo
ou seja o presente puro.
Agostinho da Silva (in "Uns Poemas de Agostinho", Ulmeiro, 1989)
segunda-feira, março 30, 2009
na passagem do 13º aniversário da Inês
convido-vos a partilhar a alegria e a gratidão por ela exisitir em nossas vidas
Brindemos.....
Se quiseres passar no blog da Inês clica aqui.
hoje passa o 13º aniversário de minha neta
sexta-feira, março 27, 2009
vamos deixar o planeta respirar - apaguemos as luzes por 1 hora
no próximo sábado, dia 28, das 20H30 às 21H30 apaguemos todas as luzes de nossas casas. Deixemos o planeta respirar. Ganhar fôlego.
A sobrevivência de TODA a vida está nas nossa mãos
quinta-feira, março 26, 2009
Textos do Jogo das 12 Palavras
deixo um texto inedito: "atracção" e o que foi enviado para participar no Jogo do Eremitério: "santuário". Mas não deixem de passar por lá e ler os vários textos e olhares produzidos a partir das 12 palavras obrigatórias.
Lembrem-se que este Jogo, quase a fazer um ano de vida solidária e lúdicamente, deu origem ao livro "22 OLHARES SOBRE 12 PALAVRAS" que podem adquirir enviando o pedido para a editora: ediumeditores@gmail.com
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santuário
vivia benjamim com grande simplicidade e a leveza do beija-flor uma vida de amor e partilha tecida na verdade dos sentimentos e na coragem de os expressar. do riso ás lágrimas sem falsos pudores.
de madrugada partia a pastorear as ovelhas e enchia os dias com odes compostas na sua flauta de cana, feita segundo a forma ritual ensinada pelo pai e passada de geração em geração desde tempos perdidos nas memória familiares.
no bornal transportava as vitualhas que o alimentariam. a água bebia-a fresca pelas fontes, num cocharro pendurado à ilharga.
mas na vida de Benjamim havia uma mágoa que nunca o largava e que ele aprendera a manter soterrada pela paz e harmonia de seu viver. uma maldição que o levara a isolar-se. a distanciar-se dos outros humanos e das grandes massas habitacionais e humanas. o seu cérebro funcionava como um radar captando os pensamentos e sentimentos de quem o rodeava. tal situação era um fundo poço de insuportável dor.
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atracção
como o pólen das flores atrai e seduz o beija-flor assim minha boca é atraída para a tua. com amor. não é a coragem que me impele. em verdade sou atraído como por um íman. uma partilha de sentimentos e emoções percorre-nos e, na verdade e simplicidade dos sentimentos, tece encantada teia de luz e sons onde a flauta é dominante elevando-se numa ode à vida afastando toda e qualquer desgraça ou maldição que sempre sobre os humanos se abate em qualquer momento de suas vidas e que dizem pesar particularmente sobre o 7º filho de sete irmãos. é este o meu caso pois sou o benjamim de sete filhos de meus pais.
nunca o alimento nos falta. na doçura do beijo recolhemos as vitualhas que nos sustentam.
sábado, março 21, 2009
porque hoje é o dia MUNDIAL da poesia
e apesar de ter alguma resistência aos "dias de.." - todos fazemos cedências - por achar que a poesia, como as restantes artes nos fazem ver e sentir o melhor do mundo e em nós e são portanto portadoras da alegria coloco este belo poema da grande poeta que foi, é e será Cecília Meireles:
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crianças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega. Às
vezes um galo canta. Às vezes um
avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.
quarta-feira, março 18, 2009
mentira em nome de quê?
segunda-feira, março 16, 2009
Convite - apresentação do novo livro de Teresa Gonçalves em Vermoím/Maia
sexta-feira, março 06, 2009
Convite - Noite de Poesia em Vermoím/Maia
Amanhã, sábado, estão convidados a comparecer no novo edifício da Junta de Freguesia de Vermoím, onde decorrerá mais um sarau poético, subordinado ao tema "CHUVA".
Para informações complementares vão até aqui.
quinta-feira, março 05, 2009
2 poemas do poeta Friedrich Holderlin
Quando eu tinha verdes anos, as minhas
manhãs eram felizes;
À noite, eu chorava. Agora que sou mais
velho,
O meu dia desponta sem alento,
Mas a minha noite é sacrossanta e serena.
*
O CURSO DA VIDA
O meu espírito soltava-se nos céus, mas o
amor
Em breve o amor o fez descer: a dor curva-o mais
para a frente ainda.
Percorro, assim, a órbita da vida
Para voltar à origem de onde vim.
Poemas de Friedrich Holderlin
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
textos escritos com as 12 Palavras do Jogo do Eremitério
fragilidade
senti uma batida. seguiu-se uma sacudidela. na vasteza da planície parei e avaliei a situação. não podia ser efeito do vento na superfície de terra. uma oscilação mais forte - semelhando ondas em revolto oceano agindo sobre um navio - acompanhada de um rugido de tigre saindo de dentro da terra, soberana mãe de todos nós eriçou-me os pelos do corpo agora transido e paralisado de pavor. só podia ser um forte terramoto que me apanhava desprotegido. a palavra desprotegido fez-me rir. um riso espasmódico, mas riso.
haveria algum sítio onde pudéssemos estar protegidos de um cataclismo como o que se adivinhava pela vibração que os pés sentiam? pelo som em fúria alastrando cada vez mais intenso e medonho? pela electricidade que corria no ar e se sentia na pele…?
em pânico tentei uma fuga desesperada ao som e ao movimento que me diziam estar a terra a fender-se debaixo de meus pés…fui bem sucedido. estremunhado, alagado em suor, o coração a bater descompassado, deixei os braços de Morfeu que não haviam sido tão seguros como de costume e acordei debaixo da cama. enrolado na roupa que me amortecera a queda na insana fuga..
~~~~~~~~~~ " " ~~~~~~~~~~
E este o texto que enviei para o 11º Jogo no Eremitério onde podem ler uma variedade de escritos criativos - de muitos outros autores - sob o mote das 12 Palavras obrigatórias.
humano poder
soberano do sono
Morfeu perde-se
na vasteza do
oceano construído
pelo humano sonhar.
tigre já não senhor
da situação. navio
lançado à deriva
pela força do vento
do pensamento.
entre oscilações
batidas sacudidelas
perde-se na imensidão
cega e vazia
que dentro do Homem
se elabora e des-constrói.
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
teus pequenos olhos
teus pequenos olhos
viajavam-me por dentro.
por fora a pele
secou e
poro a poro
estaladiça rachou
inabitada.
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
A vida é um somatório de paixões. As mais duradouras são as mais simples.
A palavra para o Fotodicionário desta semana foi "Paixão".
A foto abaixo é representação de "paixão" que enviei.
A vida é um somatório de paixões.
As mais duradouras são as mais simples.
Como esta, a paixão de um bom pão – preferencialmente o alentejano – barrado com manteiga. É uma paixão reconfortante no paladar e no aconchego que sempre recria.
A paixão de abrir os braços, abraçar o mundo ou voar no esplendor de um dia de sol em que se sente o espreguiçar feliz da natureza e escuta o respirar do mundo.
A paixão de, num dia de chuva, mansa e criativa, circular pelos campos no meio das plantas. senti-las felizes lavando as poeiras e os cansaços. sacudindo-se como cachorros brincalhões depois de saírem da água.
A paixão de uma criança, correndo feliz para nós, lançando-se nos nossos braços num total e confiante abraço.
A paixão do mar murmurando segredos em cada poro de nosso corpo enquanto nos enfeitiça definitivamente….
A paixão de um sorriso genuíno que ilumina o mundo.
A paixão do silêncio partilhado que nos diz: não estás só. Estou sempre contigo para o que der e vier.
Tantas, tantas paixões que nos alimentam o dia a dia começando no simples facto de acordar, continuando por todos os que amamos se encontrarem bem…
As paixões das coisas simples são as que importam e nos reforçam.
domingo, fevereiro 08, 2009
o poema que não disse
Ontem estive no encontro mensal de poetas em Vermoim .
Não sou assídua por várias razões, sendo determinante a ausência de transportes.
Foi com agrado que compareci.
O tema era "Manhã".
Não tendo poemas sobre este tema escrevi dois, dos quais só li um dado o elevado número de participantes inscritos - 27.
Aqui vos deixo o outro, com desejos de um excelente Domingo.
amanhecer é acordar em teu olhar
amanhecer é acordar em teu olhar
vigilante guardião de meu ser
ondas de ternura cobrem o físico
espaço onde a matéria vive
e o corpo repousa tocam a
imponderável e invisível substância
da alma e do ser doces correntes
que nos ligam e confortam
e |a cada manhã| se reforçam
no íntimo momento de amar
|porque|
amanhecer é acordar em teu olhar.
quarta-feira, janeiro 28, 2009
~~~~~~ " " ~~~~~~
de vez em quando fazia umas derivas ao percurso de pastoreio estipulado pelos pais alargando os horizontes. era este um querer muito forte. uma ousadia alicerçada numa paixão, podemos dizer.
o casamento e o nascimento dos filhos amansaram-na, substituindo-a por outra paixão. a que nutria pela família. o seu universo exterior encurtou-se à medida que o interior cresceu em afecto ao marido e aos filhos. continuou a pastorear, a tratar de uns campos que davam legumes frescos para a casa e alimento aos animais de capoeira - assim reforçando a economia doméstica - e, claro, da casa e da família. a televisão fez a sua entrada, considerada importante para alargar os horizontes dos filhos. Madalena via os programas depois do jantar e da cozinha arrumada, mas sem grandes entradas pela noite, pois era necessário madrugar.
muito do que via era-lha tão distante, tão irreal, que não lhes dava mais valor do que às fábulas que, em menina, lhe contavam à lareira e ao som de cujas palavras e imagens que estas evocavam adormecia sendo depois transportada ao colo para a cama.
mas os filhos tornaram-se homens, constituíram família. partiram para o estrangeiro buscando vida melhor. o marido morreu. Madalena ficou só. no seu pequeno mundo. os filhos e os netos traziam fotos, contavam histórias de outros mundos, traziam filmes de suas vidas por lá…
um novo e singular estado de alma tomou-a e foi ganhando espaço. uma quase avidez. uma fome de ver esse outro mundo, esses outros mundos que ignorava renasceu tornando-se o objectivo supremo de sua vida.
organizou-se, e pôs-se a caminho. primeiro decidiu visitar filhos, noras e netos bem como aqueles tão diferentes países nos hábitos, costumes e modos de vida que desconhecia, mas sabia pelas imagens e relatos que lhe faziam. acompanhada pela família primeiro, depois só, correu as cidades. andou exaustivamente pelas ruas. caminhou lentamente, ouvindo as falas diversas e desconhecidas e a vontade de mais conhecer cresceu. fortaleceu-se. nunca na vida fora ao cinema. lembrava-se de, em criança, ter visto uns filmes de Chaplin num ecrã improvisado com lençóis. lá, na distante aldeia. eram filmes itinerantes - uma espécie de caixeiro-viajante de sonhos - cada um levava a cadeira de casa e pagava uma entrada. mas num cinema mesmo nunca vira. pensou que era semelhante à televisão, mas muito maior. melhor. penetrava no ser. desencadeava fortes emoções. pensou que era uma outra forma de viajar. um dia a família disse que iam a um mole fazer compras. umas roupas novas mais adequadas do que as que trouxera da aldeia.
- um mole? mas que raio de coisa é um mole?
explicaram-lhe que em Portugal se chamavam Centros Comerciais ou Shoppings que era a palavra para compras e que lá se encontravam lojas de todo o tipo em grande quantidade e variedade de bens.
lá chegados o espanto tomou-a apesar de já ter apercebido que as dimensões do mundo em que vivera e conhecia nada mais eram do que um grão de areia quando comparados com o daqueles outros tão novos e ricos. correram o Moll, fizeram as compras, mas não deixou de pensar como aquela faceta do imenso mundo que desconhecia era escaganifobética e o barulho um imenso e cansativo salsifré. quis sair para as ruas, respirar ir a pé para casa. foi isso que fez ante o espanto da família receando que se cansasse e perdesse, pois grande era a distância. escreveram a morada num papel que a obrigaram a meter na mala recomendando-lhe que caso se baralhasse se metesse num táxi e desse o papel ao motorista. que sim. que ficassem descansados. e lá foi. devagar. respirando o frio ar semelhante ao das serranias, mas menos puro.
meu amigo, sou uma mulher singular e autêntica.
não sou uma boneca. uma qualquer Barbie…tão pouco figura de fábula ou de estória de encantar. supremo e límpido é este novo querer nascido da paixão pela vida que, sem salsifré, me conduziu a novos e diferentes trilhos esboçando o renascer do ser que me habita.
nas nossas costas diziam:
- vivem uma fábula. sempre foram uns seres estranhos. sonhadores. escaganifobéticos até!
indiferentes ao diz que diz, no meio do alarido, do salsifré que o nosso amor provocou vivemo-lo intensamente e, passados quarenta e dois anos é ele que nos alimenta e alimentará o luminoso dia a dia. até ao fim.
sábado, janeiro 24, 2009
quarta-feira, janeiro 21, 2009
domingo, janeiro 04, 2009
Apresentação da reedição de 2 Obras do escritor António Rebordão Navarro
Amizades conto convosco para confraternizarmos no dia 8 do corrente, pelas 21H30 no Hotel Alvorada, Estoril (abaixo a planta com localização do Hotel)
em torno de duas obras - o 1º romance por ele escrito, "ROMAGEM A CRETA" e o livro de poesia "27 POEMAS" - deste autor, agora reeditadas pela EDIUM EDITORES.
A vossa presença é indispensável bem como o vosso empenho na divulgação porque há bons autores - como António Rebordão Navarro - esquecidos.
Porque será?
Vejo-nos lá e faremos uma festa maior em torno das palavras do autor.